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quarta-feira, 27 de julho de 2011

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O PROFESSOR PRECISA DE TEMPO PARA SER EDUCADOR

 

ProfessorPara que o professor seja educador, ele necessita de tempo; caso contrário, continuará sendo ele, um mero professor. Esta ideia hoje tem sentido quando pensamos na profissão do professor e, de que forma o mesmo, executa suas funções pedagógicas.

Ser professor é fácil! Não há necessidade de aprender! Apenas ensinar, é uma tarefa que não exige muito preparo, basta ter disposição física e mental. No entanto, quando se coloca em uma postura de aprendente, o professor se transforma em educador. Esse processo é simples de compreender: basta visualizarmos nas escolas àqueles educadores que partem da dúvida, curiosidade e da pesquisa junto e com seus alunos. Esses educadores são de fato educadores; não são professores! Estão dispostos ao aprendizado constante.

Mas, me fiz pensar, o que hoje significaria aprender? Aprender nos dias de hoje, é um processo que necessita de muita leitura, entendimento, discussão e busca de um acervo bibliográfico que permita a reflexão. Tudo isso acaba afunilando para uma questão: o tempo que temos enquanto educadores!

A vida familiar de um profissional da educação não é, basicamente, a rotina de famílias que tem ou que trabalham para empresas. O professor não é professor apenas em sala de aula. Diria que esse tempo de sala de aula é apenas uma parcela pequena do tempo de ser professor.

Mas o resgate do tempo de ser professor acaba por levantar outra questão: O valor do profissional da educação está em seu tempo!

Em suma, vivemos um tempo que não permite a existência do tempo da reflexão. Dessa forma, o professor acaba por reproduzir a vida escolar pautado apenas na estrutura burocrática, enquanto esquece que, para ser educador, precisa do tempo livre.

Muitos governos pensam que os professores não precisam de lazer, esporte, cuidados com a saúde, cultura, etc. Alguns governos entendem que o professor é mão-de-obra, que “não precisa ser educador”.

Recuso-me à pertencer à uma classe de profissionais que perderam o senso da crítica em favor da sobrevivência! Recuso-me à dizer “Sim, senhor!” à um sistema hipócrita que aprisiona as consciências do tempo de viver. Se for para ser professor assim, que seja, mas assim, não se pode ser educador. O tempo vai medir esse “acefalismo simbólico”.

O professor então, precisa de tempo para ser educador!

O dia que teu filho (a) for de fato educado por um educador, poderá ter certeza que ele deixará de ser mais um aluno.

Boas reflexões!

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terça-feira, 19 de julho de 2011

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JOVEM BRASILEIRO: UM PERFIL

logo_tema2A juventude é uma fase bonita da vida. É nela que acontece as descobertas mais significativas para nossa fase adulta e, onde, por conseguinte, abandonamos crenças infantis amadurecendo nossos valores. Uma pesquisa realizada pelo Portal Educacional, com mais de seis mil jovens, abordou temas como violência, preconceito, honestidade, princípios, individualismo e meio ambiente.

Vejamos alguns resultados:

- Sou ou não violento? 86% responderam não; mas, 50% assumiram que já bateram em alguém. 94% já chingaram uma pessoa, enquanto 30% sofreram agressão física. Esses índices são mais altos entre os meninos (64%).

- Sou uma pessoa preconceituosa? 82% dos jovens não se consideram preconceituosos e 50% acham que o preconceito não atrapalha o desenvolvimento social do Brasil. 40% dos jovens entrevistados revela que já foi vítima de preconceito.

- Estou preocupado com o meio ambiente? 80% afirmam que se preocupam como meio ambiente, e mais de 90% acham que as pessoas poderiam se envolver mais, mudando seus hábitos, etc. Quando percebem alguém jogando lixo na rua, 80% disseram não reparar, enquanto que, apenas 20% tem uma postura mais ativa. Dos entrevistados, 87% já jogaram lixo na rua, embora mais de 75% afirmem que preferem guarda-lo na mochila ou no bolso ou, ainda, procurar uma lixeira. Só 31% sentem-se culpados quando jogam lixo na rua, e 11% chegam a voltar para recolhê-lo. Na economia de água, 64% assumem que tomam banhos demorados, mas 76% dizem fechar a torneira enquanto escovam os dentes.

- Honestidade e Princípios: mais de 90% se consideram honestos. No entanto, 42% passariam por cima de princípios para se chegar ao objetivo; 35% não devolveriam o troco que recebessem a mais; 29% não devolveriam uma carteira achada na rua.

- Política: 70% acreditam no valor de seu voto.

- Outros: 80% apontam a violência como principal problema no Brasil.45% já foram vítimas de roubos. 86% acham que sua vida vai melhorar daqui 10 anos. Apenas 16% acreditam que a política vai melhorar.

Dessa forma, os dados acima apontam para uma reflexão profunda quanto à forma que, a velocidade das informações, TV, internet, família, é formadora de identidade. Isso nos faz entender de que é preciso cada vez mais buscar novos entendimentos acerca da conduta dos jovens. Ou nos preocupamos com isso, ou acabamos os deixando sem direção.

Visite www.educacional.com.br/projetos/estejovembrasileiro2/ e saiba mais sobre a pesquisa!

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sábado, 9 de julho de 2011

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COLAR NA PORTA DA VERGONHA!

escolaNo início de junho os deputados federais Edmar Arruda (PSC -PR), Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Fernando Torres (DEM-BA) apresentaram três projetos de lei que obrigam escolas públicas a expor na entrada do estabelecimento uma placa com seu IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), calculado a cada dois anos pelo MEC. Essas proposições tem gerado debate entre educadores, políticos, intelectuais, etc. O argumento de colar na porta das escolas, por parte do proponentes do projeto, é de que essas informações estando ali, viabilizem o acesso e o debate dos índices de tal escola.

Existem alguns argumentos que nos fazem pensar sobre essa proposição:

a) Entre os motivos (e porque não dizer o principal) que leva os pais a escolherem a escola para seu filho é a sua acessibilidade; em outras palavras, a escola da sua vizinhança. Então, mesmo sabendo dos resultados do IDEB, dificilmente um pai mudaria o seu filho de escola.

b) Outro argumento é que existe uma correlação muito forte entre capital cultural e aprendizagem. No entanto, não existe um padrão para classificar algumas escolas diante de outras sem considerar o perfil do aluno.

c) Devido à segregação de renda que ainda existe (de forma cruel), onde alunos pobres estudam com alunos pobres e alunos de classe média com seus pares, não se pode buscar aproximação de padrões educacionais, quando e, cada vez mais, acentuam-se as diferenças sociais. Desse fator, poderá o IDEB cometer injustiças, uma vez que, não se pode comparar determinada escola (se considerada a localização), com outra mais vulnerável social.]

d) Outro fator que está em voga é a pressão por parte dos usuários. As escolas que tem as piores IDEBs, não tem um sistema competente de análise e aperfeiçoamento da condição de educar. O pior, é que esse sistema, uma vez caracterizado pela qualidade a ser almejada, venha a forjar um processo de exclusão daqueles que desqualificam o padrão das médias.

Assim, não há motivo para evidenciar tamanha desarmonia do sistema educacional para pessoas que, muitas vezes, nem estão interessadas na qualidade de educação, sejam professores, sejam pais.

Mas, depois da crítica, sugiro:

- Por que não colocar placas com os altos índices de corrupção estampados, nas portas dos estabelecimentos públicos? Por que não evidenciar os gastos exorbitantes das diárias para todo o povo? Por que não mostrar os altíssimos índices de violência social que demonstram a fragilidade e a falência do Estado?

E por último: Por que não se fazem pesquisas para medir a qualificação profissional de nossos políticos? Ou, isso não interessa mais? Quem sabe…

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domingo, 3 de julho de 2011

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FAMÍLIA E ESCOLA? OU FAMÍLIA VERSUS ESCOLA?

 

paisJá dizia o ditado popular: “Quem não está à meu favor, está contra mim!”. Quando discutimos a relação que se estabelece entre família e escola, muitas pessoas tem por base esse ditado. No fundo, enquanto muitos buscam uma relação harmoniosa, transparente e de complementaridade, outros, buscam criar e acentuar o conflito.

Não é novidade que, tanto a família quanto a escola são instituições sociais que estão em constante mudança. Só não percebe quem ainda acredita que, mesmo que a vida social mude, essas instituições não devem abrir mão dos valores tradicionais. Essa é a questão: os valores aprendidos na família e na escola dão conta das mudanças sociais?

Em busca de uma possível resposta, deveríamos buscar um consenso, e não acentuar o conflito!

Se sabe bem que a instituição família é sim, no momento atual, um espaço que concentra muitas formas de pensar. Passou-se de um modelo paternalista para um modelo pluralista de ideias. Tanto a mulher quanto os filhos ganharam espaço de fala e participação na economia familiar. Fora isto, percebe-se a construção de novos modelos familiares, como por exemplo, as famílias homoafetivas.

De outro lado, a escola enquanto uma instituição educativa que reproduz a ideologia do Estado, portanto, interesses da classe dominante. A escola, no momento atual, se encontra perdida entre muitas ideologias. De um lado a responsabilidade de um ensino mais crítico, de outro, a necessidade da profissionalização e preparação para o mercado de trabalho.

O que está acontecendo é que, nessas mudanças, tanto na escola quanto na família (pensando numa relação de complementaridade), cada instituição deveria assumir o seu papel quanto ao ensino dos valores. À família, valores disciplinares; à escola, valores científicos. Isso é nítido! Também fica claro que, quando uma das instituições não cumpre efetivamente o seu papel, cria um conflito com a outra. Até quando isso irá acontecer?

Será que não está na hora de as duas instituições buscarem alternativas do cultivo de valores desenvolvendo uma parceria? Pensar isolado, não estará produzindo um sujeito (seu filho, por exemplo) com crise de identidade? Ou pior, a falta de harmonia entre essas duas instituições, não estará produzindo tanto um modelo de família, quanto um modelo de escola desprovido de valores fundamentais? Enquanto isso não se resolve, cada um faz o que pensa ser o certo, às vezes, numa relação de complementaridade, outras, de conflito.

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